quarta-feira, outubro 25, 2006

Desafios

Mais uma manhã chuvosa, o trânsito quase, ou mesmo, parado, e os automobilistas barafustando uns com os outros,... tolerância zero no seu melhor! Os locutores de rádio tentando animar, com propostas de fuga, as rotinas diárias dos portugueses! Da maioria dos portugueses!
Viver é um desafio!
Mas para Ricardo Diniz, e Nuno e Tatiana Leotte e Gonçalo Sá a palavra desafio ganha contornos diferentes.
No âmbito do projecto "Made in Portugal", Ricardo Diniz (autor da travessia Lisboa-Dakar à vela, que teve lugar no ínicio do ano) propõe-se oferecer uma garrafa de Vinho do Porto pelo 80º aniversário da Rainha Isabel II, largando de Portimão a 11 de Novembro próximo, com uma duração estimada de 10 dias a velejar.
A expedição Rota Che Guevara, propõe-se sair de Buenos Aires a 4 de Janeiro de 2007, 55 anos depois da partida de Che Guevara numa viagem pela América do Sul que inspirou estes motociclistas. Doze meses após percorrerem os mesmos percursos chegarão a Porto Alegre, Brasil, integrados num projecto humanitário da Care International.
A todos uma excelente viagem!!

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terça-feira, outubro 24, 2006

Errar é Humano

“Não vale a pena viver discutindo sobre tudo; faz parte da condição humana errar de vez em quando”

F. Nietzche



Um dos escritores da moda, o brasileiro Paulo Coelho, escreveu na Gazeta do Sul um pequeno artigo a propósito de F. Nietzsche, afirmando que “O medo de errar é a porta que nos tranca no castelo da mediocridade: se conseguirmos vencer esse medo, estamos dando um passo importante em direcção à nossa liberdade.”.

Esta ansiedade para a performance é cada vez maior nos tempos vertiginosos em que vivemos. Mais do que nunca a sociedade exige de nós o melhor! Aprendemos que temos que ser os melhores em tudo! Iludimo-nos considerando o óptimo melhor que o bom, perdemo-nos numa busca incessante por perfeição. E desiludimo-nos, ao verificar que afinal de contas a realidade não é bem assim, e que só podemos desfrutar do tempo a nosso favor se tivermos a coragem de estabelecer compromisso entre a perfeição e o suficientemente bom.

Mais do que nunca somos postos à prova a diversos níveis e mais do que nunca nem sempre detemos auto-confiança suficiente sobre determinado assunto, seja do foro pessoal, profissional ou mesmo social. E então adiamos. Procrastinamos a decisão que nos conduzirá a consequências desconhecidas, de certa forma assentando na imprevisibilidade reactiva da sociedade. “Efeito borboleta” sobejamente conhecido e que tememos porque, acima de tudo, o ser humano tem necessidade da aceitação pelos seus pares.

Mas precisamente este medo de fracassar será também desencadeador de um “efeito borboleta”. Porque na cadeia de eventos que envolve os vários aspectos da vida de cada um de nós, todas as reacções e todas as não-reacções têm consequências.

É neste ciclo vicioso de eventos que reside uma das causas do stress de que a sociedade padece.

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segunda-feira, outubro 23, 2006

Amizade

O sábio, ainda que se baste a si mesmo, deseja ter um amigo, quanto mais não fosse para exercer a amizade, para não deixar definhar tão grande virtude. Ele não busca, como dizia Epicuro, «alguém que lhe vele à cabeceira em caso de doença, que o socorra quando esteja em grilhões ou na indigência». Busca alguém a cuja cabeceira de doente possa velar; alguém que, quando implicado numa contenda, ele possa salvar dos cárceres inimigos. Pensar em si próprio, e empenhar-se numa amizade com esse pensamento preconcebido, é cometer um erro de cálculo. A empresa terminará como começou. Fulano arranjou um amigo para dispor, um dia, de um libertador que o preserve dos grilhões. Ao primeiro tinido de cadeias, lá se vai o amigo.

Tais são as amizades que o mundo chama de «ligações temporárias». O homem a quem se escolhe para prestar serviços deixará de agradar no dia em que não sirva para mais nada. Daí a constelação de amigos ao redor das grandes fortunas. Vinda a ruína, faz-se, à volta, a solidão: os amigos esquivam-se dos lugares onde são postos à prova. Daí, todos esses escândalos: amigos abandonados, amigos traídos, sempre por medo! É inevitável que o fim concorde com o começo: o interesse fez de sicrano teu amigo; o interesse fará com que ele deixe de sê-lo. Ele se mostrará sensível às vantagens que lhe sejam oferecidas para que dessirva a amizade, se, nesta, mostrava-se sensível a qualquer vantagem fora dela mesma. Qual, então, o meu objectivo ao fazer um amigo? O de ter alguém por quem possa morrer, a quem possa seguir no meu exílio, a quem possa proteger com a minha pessoa, a cuja salvação possa devotar os meus dias.

Séneca, in 'O Sábio e a Amizade'

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domingo, outubro 22, 2006

Havana - The Lost City

Uma rapsódia sobre Havana, numa época em que se põe mais uma vez em causa a autoridade de um líder que se autoproclamou acima da liberdade.


História de amor por uma cultura, por uma cidade, por uma mulher, gradualmente revelada ao longo dos cerca de 140 minutos, e da vida dos personagens.


É por um sonho a manter, um desejo que precisa de sobreviver, por uma recordação de paz e de valores humanos e familiares que o protagonista se vê forçado, no desenrolar da revolução fidelista, a abandonar tudo aquilo por que lutou, a família, a mulher que ama, a cidade e a cultura que se entranha.


Hino aos cubanos que continuam a lutar por uma Cuba livre, e a todos aqueles que têm lutado por uma verdadeira liberdade democrática, Havana, mais do que a história de uma cidade em revolução é a história de todos aqueles que continuam a querer realizar ideais.


E quando a desilusão, a raiva e a mágoa tendem a apoderar-se de Fico (Andy Garcia), elo aglutinador da família, eis que surge um personagem, quase uma consciência, que coloca os acontecimentos em perspectiva e que lhe permite sobreviver e manter a recordação e o sonho/desejo de liberdade.

Das diversas interpretações revela-se a força e coragem que a luta ideológica consistente necessita para sobreviver; a dor causada pelas consequências desse passar ao acto e que apenas mais tarde se consciencializa; uma luta incessante entre o querer e o dever.


Elenco:

Steven Bauer - Captain Castel

Richard Bradford - Don Donoso Fellove

Nestor Carbonell - Luis Fellove

Andy Garcia - Fico Fellove

Dustin Hoffman - Meyer Lansky

William Marquez - Rodney

Julio Oscar Mechoso - Colonel Candela

Tomás Milian - Don Federico Fellove

Enrique Murciano - Ricardo Fellove

Bill Murray - The Writer

Elizabeth Peña - Miliciana Muñoz

Millie Perkins - Doña Cecilia Fellove

Tony Plana - The Emcee

Inés Sastre - Aurora Fellove

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sexta-feira, outubro 20, 2006

Sushi-baby

Quando abri o mail de manhã tinha um link do Sushi-baby!

Da garagem para a Emi...

Boa sorte!!!

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quinta-feira, outubro 19, 2006

Sonhar! Sempre!



... o passado existiu enquanto instante no presente...




... o presente rapidamente se torna passado...




... o futuro é projecto de momento presente...



Foto por Inês





... mesmo que subjectivamente apenas poderemos analisar o passado...


... mesmo que fugazmente apenas podemos viver o presente...

... mesmo que utopicamente apenas podemos sonhar o futuro...




"Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável"
Séneca

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Controlar a Ansiedade

"Quando receamos algum mal, o próprio facto de o recearmos atormenta-nos enquanto o aguardamos: teme-se vir a sofrer alguma coisa e sofre-se com o medo que se sente! Tal como nas doenças físicas há certos sintomas que pressagiam a moléstia - incapacidade de movimento, lassidão completa mesmo quando se não faz nenhum esforço, sonolência, calafrios por todo o corpo -, também um espírito débil se sente abalado, mesmo antes de qualquer mal se abater sobre ele: como que adivinha o mal futuro, e deixa-se vencer antes do tempo. Há coisa mais insensata do que nos angustiarmos com o futuro em vez de deixarmos chegar a hora da aflição, e atrairmos sobre nós todo um cúmulo de tormentos? Quando não é possível livrarmo-nos por completo da angústia, pelo menos adiemo-la tanto quanto pudermos. Queres ver como é verdade que ninguém deve atormentar-se com o futuro?

Imagina um homem a quem tenha sido dito que depois dos cinquenta anos será submetido a graves suplícios: ele permanece imperturbável enquanto não passa a metade desse espaço de tempo, altura em que começa a aproximar-se da angústia prometida para a segunda metade da sua vida. Por um processo semelhante sucede também que certos espíritos doentes sempre em busca de motivos para sofrer se deixam tomar de tristeza por factos já remotos e esquecidos. A verdade é que nem o passado nem o futuro estão presentes, pelo que não podemos sentir qualquer deles. Ora a dor somente pode resultar de algo que se sente!"

Séneca, in 'Cartas a Lucílio'

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quinta-feira, outubro 12, 2006

Ansiedade

Eis um tema que provavelmente tocará a maioria de nós, seja porque já se sentiu ansioso, ou porque conhece alguém que sofre de um, ou mais, dos inúmeros efeitos secundários. Se por um lado falar de ansiedade nos dias de hoje se tem vindo a tornar uma moda, por outro é facto que a grande maioria dos efeitos correlacionados são reais e perniciosos.

É sem dúvida uma doença relacionada com a velocidade a que somos quase obrigados a viver, causadora, no limite, de Stress e efeitos mais permanentes. É, a par com a Depressão, base de muitos comportamentos limitativos do funcionamento diário de todos nós, impeditiva em certos casos do normal desenvolvimento sócio-emocional.

Torna-se imperioso perceber quais os motivos causadores da ansiedade, para além do tratamento sintomático, uma vez que enquanto se mantiverem inconscientes se tornarão exponencialmente mais limitativos.

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segunda-feira, outubro 09, 2006

Voltar

Pedro Almodóvar retrata um grupo de mulheres, aparentemente frágeis, mas que acabam por revelar-se verdadeiros portentos de força anímica.

O prólogo é desde logo introdutório da mensagem subjacente, as mulheres sobrevivem. Ao vento, ao fogo, aos homens que emocionalmente delas dependem.

Cada uma com uma história pessoal bizarra, intensa e trágica que de alguma forma as conduz numa luta de sobrevivência, mental e social, numa sociedade onde os homens personificam o sexo fraco, apático, dispensável, e causador de muito sofrimento a todas elas.

Sempre intrinsecamente ligada ao passado, cada personagem exorcisa fantasmas, e é deles que retira alguma da sua força.

Voltar ao passado, voltar ao que ficou por acabar, às boas e más recordações da vida.
Voltar enfim ao presente, à realidade crua de um universo complexo de crenças e emoções.

Um filme a não perder, pela complexa relação sociológica, facilmente identificável com a sociedade portuguesa não-urbana, ou até mesmo urbana; pela rica construção psicológica dos personagens; pelas interpretações das protagonistas; pela criteriosa escolha da música.

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sexta-feira, outubro 06, 2006

História de encontrar

Era uma vez uma Menina-Mulher que vivia feliz uma vida como todas as outras vidas de todas as outras Meninas-Mulheres que conhecia.

Certo dia conheceu um Homem-Menino, que como todos os outros Homens-Meninos procurava uma Menina-Mulher a quem pudesse Amar, com quem pudesse partilhar a Vida e os Sonhos.

Fizeram-se Amigos e Namorados.

Nos braços um do outro sentiram Paz, Cumplicidade, Compreensão, Proximidade, Intimidade, Amor, Desejo, sentiram que se conheciam desde sempre... e sentiram que queriam ficar juntos para sempre.

Contra a opinião de alguns, um dia decidiram que queriam partilhar o dia-a-dia do outro, acordar ao lado um do outro, para o bem e para o mal.

Juntos sonharam o futuro, projectaram mais filhos e filhas, projectaram-se no tempo e viram-se velhinhos, de cabelos já brancos, a serem visitados pelos filhos numa casa à beira mar, cheia de música e de recordações de dias felizes, onde o velho cão de família continuava a manter a guarda.

Foi passando o tempo e as dificuldades que o mundo lhes impôs e tiveram que enfrentar eram crescentes. E a Menina-Mulher e o Homem-Menino não souberam como ultrapassá-las. E decidiram separar-se, mesmo sabendo que continuavam a Amar-se tanto ou mais que no início. Mas precisavam recuperar forças...

A Menina-Mulher sentiu-se perdida sem ele, como se o chão tivesse desaparecido debaixo dos seus pés e estivesse em queda livre, e poucos meses depois quase se consumiu em desgosto quando soube pelo filho do Homem-Menino que ele tinha encontrado outra namorada.

Nem meio ano depois o Homem-Menino declarou-se à Menina-Mulher que o confrontou com a situação. Começou um pesadelo de esperanças e desilusões, de inícios e de fins, de promessas e mentiras, de confiança e traição.

Um dia a Menina-Mulher desconfiou que a outra menina-mulher tinha engravidado... e tinha razão.
Num choro convulsivo o Homem-Menino pediu perdão à Menina-Mulher e voltou a declarar-se e a fazer-lhe promessas de futuro. A Menina-Mulher perdoou-o e pediu-lhe que tivesse cuidado e não se aproximasse demais da outra menina-mulher durante a fase complicada que se seguiu. Ele disse que queria apoia-la na recuperação do deslace que teve, e a Menina-Mulher aceitou e achou que ele estava certo.

Selaram mais uma vez o Amor que sentiam um pelo outro.
Durante os meses seguintes, entre muitos sofrimentos, foram-se encontrando, esperando ver o futuro chegar.
Mas o futuro nunca mais chegava, e o sofrimento de todos estava longe de acabar.

Um dia quando o Homem-Menino regressou de uma viagem ao outro lado do mundo a Menina-Mulher confrontou-o com a incongruência do que se continuava a passar.
Mais uma vez ele deu-lhe razão e jurou Amá-la para Sempre, alterou espontaneamente os planos para o dia seguinte que tinha com a outra menina-mulher que naturalmente ficou muito triste.

Com tudo por provar, o Homem-Menino partiu para uma nova viagem, e no regresso a Casa foi jantar com a Menina-Mulher. Queria sentir que tinha alguém à espera dele, para ouvir as histórias de mais uma aventura. E ela ouviu-o.

Trocaram juras de Amor.
Na manhã seguinte, ainda envolta num turbilhão de sentimentos, montanha-russa a que estava habituada, inclinou-se sobre o leito para o beijar e viu o que não queria em cima da mesinha de cabeceira... ficou triste. Pensou que devia partilhar essa tristeza com o Homem-Menino e foi isso que fez. Mas a reacção não foi a que esperava, e o Homem-Menino pôs em causa tudo o que se tinha passado na noite anterior.

Triste e mais uma vez desiludida, a Menina-Mulher decidiu que não podia mais viver em sobressalto. Queria ter ao seu lado um Homem-Menino com raízes fortes e resistentes, que à mínima contrariedade não pusesse em causa tudo o que tinham, e podiam vir a ter. Tudo o que sonharam construir.
Durante todo o tempo tinha aprendido a não confiar, e já não sabia onde se agarrar para voltar a acreditar.

E foi assim que encontrou o eterno Amor da sua vida,... e foi assim que se obrigou a dizer-lhe adeus...

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Nada a declarar

Tenho um nó no estômago...
naúsea...
Tenho um nó no peito...
náusea...
Tenho um nó na alma...
náusea...

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Solar X-rays:

Geomagnetic Field:
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